MUnDO INtenso

Quando eu era mais jovem, eu pensava em política, mas não achava estar acontecendo nada de mais. Para mim, era tudo vaidade. Agora, com minha idade, acho tudo muito tenso, e, penso sério, intenso. Parece que todos os dias, um destino será traçado. Estou exausto!

ARENA DO POLITICAMENTE CORRETO

Paulo Zifum

Não compartilho da visão de mundo “nós contra eles”. Treino meu coração para ser um pacificador e colocar as pessoas na melhor luz possível. Mas, existe uma arena na qual não me esquivo: a do “politicamente correto”.

Em 2018 descobri uma realidade e nunca mais tive um mês sequer de sossego: sou um gladiador na arena do politicamente correto. O problema é: como me opor com polidez e amor numa luta onde o “dono da arena” muda as regras o tempo todo e julga com duplo padrão?

E, nos últimos meses, as coisas estão ficando mais intensas. Big thechs, jornalistas, artistas, congressistas, senado e STF, fizeram uma espécie de coalizão com o “dono da arena”. Se o gladiador carregar alguma insígnia cristã, usam todas as armas contra ele, desde de tigres com correntes saindo de alçapões até armas desproporcionais. Tudo deve parecer uma batalha, mas todos sabem ser um massacre.

Por isso, clamo:

Livra-me, ó meu Deus, das mãos dos ímpios, das garras dos perversos e cruéis. Sl.71:4 Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra; Sl.144.1

E, sabendo que minha luta não é física, mas espiritual, uso metaforicamente o Salmo 18:

Persegui os meus inimigos, e os alcancei, e só voltei depois de haver dado cabo deles. Esmaguei-os a tal ponto, que não puderam levantar-se; caíram sob meus pés. Pois de força me cingiste para o combate e me submeteste os que se levantaram contra mim. Também puseste em fuga os meus inimigos, e os que me odiaram, eu os exterminei. Gritaram por socorro, mas ninguém lhes acudiu; clamaram ao Senhor, mas ele não respondeu. Então, os reduzi a pó ao léu do vento, lancei-os fora como a lama das ruas. Das contendas do povo me livraste e me fizeste cabeça das nações; povo que não conheci me serviu. Sl.18.37-43.

Deus nos ajude, porque o Brasil precisa que a insígnia que luta pela liberdade de consciência, vença.

O CÔNJUGE COMO FRONTEIRA

12 fronteiras entre países, para quebrar estereótipos

O texto “por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher” (Gn.2.24) retrata o momento em que os filhos se dão conta de necessidades específicas que um pai ou uma mãe não podem suprir. Nessa moldura, a providência divina do casamento cumpre seu propósito de pôr fim à solidão humana (Gn.2.21-22). Porém, o casamento não surge como coisa imposta, mas envolve a decisão de Adão em receber e unir-se àquela que julgou correspondente (Gn.2.24-25). E na exclamação אִשָּׁ֔ה ʾiš·šā(h)ʹ, Adão encontra o que lhe faltava na percepção de Cassuto:

Assim como a costela se encontra no lado do homem e lhe é anexa, da mesma forma a boa esposa, a costela de seu esposo, fica a seu lado para ser sua auxiliar-sósia, e sua alma faz fronteira com a dele[1]

Essa fronteira, após o pecado (Gn.3), tende a perder seu aspecto ameno e tornar-se uma divisa dura. Mas, em Cristo, os casais que se amam, conseguem manter a união e transitar em paz. Se tornam bilíngues, alcançam dupla cidadania, habitam nos dois países simultaneamente. Os filhos, nascem de um lado e em um lado acham identidade, mas aprendem logo com os pais que pertencem aos dois.


[1] WALTKE, K. Bruce. Op. cit. Pág.102. Citando Humberto Cassuto (From Adam to Noah: A Commentary on the Book of Genesis I- VI ).

MULHERES FRACAS

Nova embaixadora global da ASUS é a Mulher-Maravilha

Paulo Zifum

Há uma sentença em Gênesis para o diabo: “Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará” Gn.3.14-16

Waltke comenta que o “porei inimizade” significa que “em sua graça soberana, Deus converte as depravadas afeições da mulher por Satanás em desejo justo por ele [Deus]¹

Quando mulheres cristãs se aprofundam em “teologia forte”, como disse Piper, elas conseguem entender a dimensão das sentenças de Gênesis. Acima das defesas rancorosas de feministas modernas, a mulher cristã resgata e assume, como disse Nancy Demoss, um “retorno ao feminismo bíblico”. Se tornam fortes porque se tornam inimigas das propostas sutis da serpente que deseja colocá-las em rota de colisão com os homens. O empoderamento delas é contra o mal real e não o imaginário.

Teologia fraca ignora Gn.3. Teologia forte, interpreta e compreende tanto o amor de Deus pelas mulheres como seus meios de proteção.

¹WALTKE, Bruce K. Comentários do Antigo Testamento – Gênesis. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. Pág.111.

Foto: O filme Mulher Maravilha retrata que Diana tinha uma “teologia equivocada” que a levou perder seus esforços.

Assista o vídeo provocante de John Piper

VACINA OBRIGATÓRIA?

Dória diz que vacina chinesa contra Covid-19 será obrigatória em SP

Um correspondente de um rei assírio do século sétimo, Esarhaddon, escreve:Um homem (livre) é como a sombra de um deus; o escravo é como a sombra de um homem (livre); o rei, porém, é como a (própria) imagem de Deus”¹

Concordo com Esarhaddon que o homem caído é como sombra. Discordo que um rei humano, vulnerável e transitório, seja uma imagem de Deus só por ter um certo poder.

O Estado é e faz aquilo que acredita ser. Se os governantes acreditam que devem proteger o homem livre para que não seja diminuído, então respeitará as liberdades individuais. Porém, se os políticos acreditam que devem ser reis, então é preciso manter todos os homens como “sombras”, porque se forem livres, não poderão reinar.

Não contra vacinas e fico feliz pelo poder público disponibilizar, mas… tornar obrigatória, é outro assunto. Cada cidadão deve ter liberdade para cuidar da saúde pessoal e de sua família. A ditadura do lockdown e o uso de máscara já eram questionáveis por motivos científicos, e agora aparece uma ameaça da vacina obrigatória. Isso é, no mínimo, estranho.

Se eu quero tomar a vacina, fico imunizado. Aquele que não quer tomar, só representa uma ameaça para aqueles que quiseram correr o risco. Mas, alguns governantes seguem um raciocínio nada lógico, sob desculpa de “proteger a todos”.

Nenhum governo que deseja o bem de seu povo avança contra esferas individuais nessa proporção. E somente governantes ávidos por poder e controle é que apreciam dominar os homens como se fossem “sombras” incapazes de determinar para si um mínimo de destino.

Suspeito, não só de Dória,
mas de todos que, como reis,
buscam esse tipo de glória.

¹WALTKE, Bruce K. Comentários do Antigo Testamento – Gênesis. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. Pág.77.

 

NÃO MEREÇO

Depois que Cristo me fez reviver da morte espiritual, tomei consciência de Deus. E nesses 34 anos de caminhada ao lado dele, pude notar algo constante: a graça com que ele me trata.

Tenho clareza de meus esforços pessoais e sociais, mas não atribuo a mim algum sucesso. Percebo, nas amizades e no casamento, nos filhos e no trabalho, que Ele me favorece, o tempo todo. Sinto-me o ditoso Jó antes de ser provado, cercado por uma sebe de provisões e livramentos, e amor.

Nada disso tem relação com merecimento, porque, mesmo que eu tenha feito algo de valor, o que Ele dá é imensuravelmente mais caro que todas os sacrifícios que eu tenha feito, que são tão pequenos como oferecer um grão de areia para construir uma casa.

Talvez, o único mérito que poderia ter nessa vida é minha gratidão. Esse sentimento de felicidade correta, que imagino (ou faço de conta) que seja original meu, é, talvez, meu único valor com o qual possa receber dEle, pelo menos, um sorriso.

DEUS: O PROFESSOR

Professor idoso foto de stock. Imagem de idoso, professor - 19885258

Paulo Zifum

Sobre saber ensinar
e sobre ver o aluno como um fim em si.
Sobre a vida que sempre nos põe à prova
e sobre o resultado que sempre chega.
Lemos o seguinte texto:

Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor. Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador.
Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor.Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta;
ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.
Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante?Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

Gênesis 4:1-7

A vida é assim! A hora de provarmos o que sabemos e aprendemos sempre chega. E se espera que o mais velho e mais experiente se saia melhor, porém, nem sempre é assim.

A vida é assim! Uma grande sala de aula onde os alunos podem estar fisicamente mas nunca presentes. As pessoas quando não faltam nas aulas não prestam atenção. Mas, o dia da prova chega! E quantos reprovam porque não se importaram?

Após a “prova” foram ver o “gabarito”, e depois foram olhar a lista de aprovados. O nome de Caim não estava lá. E, quando viu que Abel tinha passado, ficou irado.

Esse sentimento quem pode julgar? Não era uma frustração de quem havia se esforçado. Caim estava azedo, porque achava injusto o resultado. Era a primeira “vítima do sistema”, “vítima da sociedade”. Porém… na verdade, ele não queria mérito, queria facilidade.

E Deus, o professor que se importa, percebe que Caim, o aluno fraco, precisava de ajuda. Então, vai até ele e faz uma pergunta retórica de empatia: Por que você está chateado?

Essa pergunta faz parte da mesma abordagem de Gn.3.9. Ganhar o aluno é a primeira tarefa. E o texto de Gn.4.6 é síntese de uma conversa, onde imaginamos o carinho divino em ouvir. E qual foi a resposta de Caim para a primeira pergunta? O texto não diz, mas inferimos, pela lógica, que a resposta dada, causou a segunda pergunta.

Não sabemos se Caim se fechou virando o rosto ou discordou do resultado. Talvez, tenha acusado a Deus de preferência ou simplesmente ignorado. O fato é que Deus faz a segunda pergunta: “Você sabe que se fizer o que já sabe, vai conseguir. Não sabe?”

Deus sabia que o problema de Caim não era sobre algo que ele desconhecia, mas uma certa rebeldia. Quando uma pessoa deixa de fazer o que deveria, desprezando algo que é moralmente correto, dizendo que não se importa, mas, revela, na reprovação, que “ser aceito”, importa. O incoerente Caim é o aluno que protesta.

Caim poderia procurar o irmão e pedir a ele auxílio. Mas, o orgulho é o verme dessa vida. Preferimos padecer e pôr o tempo a perder em vez de pedir informação e ajuda. Preferimos culpar alguém, nos justificar e nos ressentir, em vez de reconhecer que fomos maus e negligentes.

A vida é assim!
É prova para Abel
E é também para Caim
E com Deus, disse Lewis com tensão,
é possível cometer todo tipo de confusão
Se formos humildes, pediremos perdão
Mas, se Caim, vamos caindo, abaixo do chão.

As respostas de Caim devem ter sido tão ruins quanto seu primeiro teste. E assim é a vida. As pessoas, se não pararem, seguem reprovando em tudo e, nunca estão erradas. Até que o pior ocorra. E o que há de pior para um aluno que ser entregue a si mesmo?

Deus disse: Caim, tem algo ruim dentro de você e tem um monstro do lado de fora querendo entrar. O que está dentro há de te trair. Se o mal entrar, não será por forçar, mas por você, assim desejar. Agora, é com contigo¹.

E assim, foi o fim. Caim abandonou a escola divina para seguir o acidentado caminho do homem autônomo, com o punho cerrado contra Deus. Cheio de rancor e engano, andando rebelde no mundo sem Deus.

E Deus?
Temos dúvidas se desistiu de Caim.
Esse amor, é o professor de toda a Bíblia.

¹agora é com você: Os homens ao receberem os 10 mandamentos, vivem os tormentos de um tipo de “esquizofrenia” de Rm.7.14-23. E uma vez entregues a si mesmo, segundo Rm.1.24 e 28, os homens seguem em imoralidade, corrupção e violência. E nesse drama, Paulo clama: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”

Segundo Gn.4..25 nasce Sete “no lugar” de Abel, e depois Noé, e Sem que foi bisavô de Abraão, e da descendência de Abraão veio Davi, e da raiz de Davi, o Salvador (Mt.1.1). Jesus Cristo é a resposta do desventurado entregue a si mesmo no pecado: “Quem me livrará do corpo desta morte?”

Caim, enfim,
pode vencer o pecado à porta,
por meio de Jesus
pode voltar, ser aceito diante de Deus Pai
pelos méritos do Filho de Deus.

VICENTE E CARMELITA

São Paulo - Casas de colonos italianos em fazenda no in

Jucimar R. Leite

Era o ano de 1958 quando ele saiu de Naque com a esposa grávida e seus filhos. Carmita (8 anos), Lúcia (7) e José Hercules (5) foram acolchoados nas trouxas de roupas e os poucos pertences. Subiram numa boleia para Governador Valares. Lá, com todas as economias que tinha, comprou passagens de ônibus e foram para Colatina no Espírito Santo. Com 26 anos, Vicente deixou Minas Gerais para trabalhar numa fazenda de café.

O próprio dono da fazenda os recebeu na rodoviária e os levou de caminhonete para a fazenda. Chegando lá, ocorreu uma tensa indisposição. O homem queria destinar Vicente para o trabalhar no canavial cujo ganho era muito menor. Mas, o mineiro disse firme: -Não foi esse o combinado. Fui chamado para trabalhar na lavoura de café. O dono logo respondeu:-Então, nem tire suas tralhas do carro. E os mandou de volta para a praça e disse: –Você se vire. O céu escurece quando a palavra de um homem cai.

Carmelita conta que ficou entristecida ao ver o marido sentado na praça, desalentado sem saber o que fazer. E ficaram ali, por algumas horas. Até que, o dono da pensão frente a praça, que os observa há um tempo, foi até eles, e perguntou: -Vocês estão aguardando alguém aqui? E, logo contaram ao distinto senhor tudo que havia. E, sem hesitar o homem falou: -Sr. Vicente, foi uma boa sorte não ter dado certo o trato com aquele fazendeiro mau, pois é um tipo de coronel que manda matar empregados que o desagradam.

E, abrindo um sorriso, apertou a mão de Vicente dizendo: Não se preocupe. Vocês podem ficar na minha pensão. Nada faltará para sua família Sr. Vicente. E vamos lhe ajudar a achar um trabalho. E, naquele dia, mais uma vez, o coração dos pobres voltou a acreditar na bondade humana.

Ficaram 15 dias sob os cuidados daquele bom samaritano, até que Vicente conseguiu trabalho num vilarejo chamado Quartel Seco. Lá começou com toda vontade do mundo, lavrando dormentes até a exaustão. E achou bondade que o homem que o contratou, pois, além de dar um barraco na beira do rio para ele morar, deu a ele um saco com mandioca, um pedaço de toucinho, um pouco de farinha e feijão.

Porém, depois dois meses, nada lhe era dado senão a mesma “ração”. Trabalhando duro, sem receber dinheiro algum, foi indagar o homem que, apenas resmungou. Vicente, mesmo sendo um homem temperante, sacou sua garrucha e ameaçou matar o homem. A esposa daquele explorador, logo arrumou um pouco de dinheiro e deu também uma égua para Vicente que, imediatamente saiu com a família.

No centro do vilarejo, encontrou um italiano que, compadecido da situação da família de Vicente, os acolheu. O bondoso estrangeiro, por semanas, dava a eles café bem fraco num bule e feijão ralado com farinha numa gamela. O mais novo, José Hércules, pedia “aoiz”, mas ouvia a voz pesarosa da mãe: -Não tem arroz, meu filho.

Vicente saiu caminhando em busca de trabalho. Andou o dia todo sem nada conseguir. Distante e com muita fome, foi obrigado a pedir um pouco de comida na porta de uma casa, antes de anoitecer. O dono da casa o atendeu de modo seco, mas mandou a esposa preparar um prato de comida, e perguntou: -De onde você é? Vicente respondeu: -Sou de Minas. O homem trancou a cara e mandou a mulher voltar com o prato de comida. E cortou o silencio: -Mineiro quando não é mandrião é ladrão. Não tem comida aqui.

Vicente saiu dali muito humilhado. E, como andava armado, teve muitos pensamentos ruins. Mas, venceu o ódio pensando na esposa e nos filhos. E, quando voltou para casa, arrumou um trabalho como lenhador. E, logo depois, seu quarto filho, Francisco de Assis, nasceu.

E ficaram um tempo ali, até que Vicente arrumou outro trabalho em Linhares. Dessa vez foi trabalhar na serraria de um italiano chamado Angelin Perucci. Católico piedoso, ele e sua esposa Adelaide, acolheram a família Leite com amor para suprir suas necessidades. A filha do casal ajudava com as crianças e nada lhes faltava. E, sabendo que Carmelita estava para ter um bebê, Adelaide a visitou levando 5 frangos para suprir sua dieta de resguardo.

Não demorou muito e o Sr. Angelin animou Vicente a construir sua própria casa. Deus a ele um terreno e, envolvendo os trabalhadores da serraria começaram a obra.

Para ajudar o marido, Carmelita lavava roupa para uma dona de um de atelier. A quantidade de roupa era muita e o valor pago irrisório. Ela, grávida, carregava uma imensa trouxa de roupa até o rio e passava das 7h da manhã até o fim do dia, porém o peso da roupa úmida tornava o retorno muito extenuante. Mas, Carmelita tinha espírito muito disposto.

Essa dona de atelier, era uma costureira com um farto depósito de tecido. Carmelita, sabendo disso, pediu pedaços de tecido para a dona. Mas, percebendo uma reticência, disse que pagaria com um frango. Pois… acredite ou não, a dona aceitou o frango como pagamento dando para Carmelita dois pedaços de pano que deu, miseravelmente para que a pobre grávida fizesse à mão duas toucas e uma camisa para o bebê. E Maria de Lourdes nasceu.

Entre ímpios e justos, o casal Vicente e Carmelita peregrinaram, sendo maltratados e bem cuidados. E, apesar da maldade dos homens, nunca deixaram o coração endurecer. Afofavam alma um do outro, com encorajamento para nunca deixarem o reto caminho.

A ESPERANÇA DOS JUSTOS

Paulo Zifum

O que uma pessoa espera, revela,
muito do que é ou, não é

Vivemos dias normais onde a disputa antiga por vencer preenche o sentido da existência do “animal político”. E o prazer de dominar motiva manter-se no poder ou o esforço de derrubar alguém dele. Sendo esse, um sintoma clássico do pecado: o poder pelo poder, o prazer pelo prazer. O que reduz tudo à nada.

Os justos não encontram sentido nessa disputa por poder, e sentem-se afligidos porque não podem fugir do campo de batalha onde precisam lutar de um lado, para, ali, salvar alguns. E esse sofrimento é porque os homens não deviam lutar entre si, antes, todos deviam se render a Deus, à sua Lei moral e à lei da liberdade.

Porém, como não há sossego para as almas justas, posto que o mundo sempre estará divido pela paz e justiça particular, então a esperança universal não pode estar nesta vida. Sendo assim, nos apegamos à profecia:

Ele julgará entre as nações e resolverá contendas de muitos povos. Eles farão de suas espadas arados, e de suas lanças foices. Uma nação não mais pegará em armas para atacar outra nação, elas jamais tornarão a preparar-se para a guerraIsaías 2:4

A esperança está em Deus cujo poder é capaz de declarar o “nunca mais” que cessará, de uma vez por todas, a guerra entre os homens.

PÚLPITOS E TOCADORES E FLAUTA

Paulo Zifum

Deixem que as palavras de Deus sejam lidas para todos à mesa de seu refeitório. Pois nesse local é Deus quem deve ser ouvido, e não alguém toca flauta. São os pais da igreja, e não canções dos pagãos, que devem ser ouvidas

Essa reprimenda é de Alcuin , escritor inglês (797 d.C.) aos monges da Abadia de Lindisfarne que estavam lendo muitas epopéias nórdicas*

Os cristãos deixariam de ser totalmente honestos se negassem o fato de que os não-cristãos apresentam conhecimento válido pela “graça comum”. Porém, é preocupante que os púlpitos protestantes estejam dando tanta primazia para os “tocadores de flauta” e não conseguem citar nenhum grande reformador em seus sermões. O “sola scriptura” tem dado lugar a um discurso humanista pagão.

MCGRATH, Alister E. Teologia Sitemática, Histórica e Filosófica. São Paulo: Shedd. Pág.184.