SEM SAÍDA

Paulo Zifum

Lendo as Escrituras, e percebendo não haver outra saída, disse: Confio em ti, Senhor!

A ansiedade persiste e o desejo de segurar firme o destino, continua. Mas, não há nada mais sensato a ser feito. Confiar em Deus, é o o único jeito.

Para a alma, nada melhor que um pouco de alento. Deitar com fé, e acordar esperando auxílio, é um escape para os fracos, pois há um momento que não há outro papel a desempenhar senão ser humilde.

SALMO 1: CAUSA E EFEITO

Paulo Zifum

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido. Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.
Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Salmos 1:1-6

Somos todos passíveis de influência externa porque “vemos por espelho em enigma” (1Co.13.12). Nenhum de nós pode dizer-se capaz de “construir suas próprias ideias, independente de qualquer influência externa” (Inteligência Humilhada, pág. 57). Sempre vivemos embaixo de um “conselho” e usamos um “caminho” que nos pareça bom. Por mais constragedor que seja, é humilde admitir que dependemos de comparações (espelhos) e, quando assistimos a vida das pessoas, nos projetamos nelas ou para longe delas.

O Salmo 1 retrata o conflito de se estar entre o bem e o mal. Sintetiza: você vive sem lei (com ímpios, pecadores escanecedores) ou sob a influência da Lei do Senhor. Nossa vida é um resultado dos conselhos que tomamos, do caminho que escolhemos e da roda na qual nos assentamos. A cultura que absorvemos, molda nossa identidade. Se nossa moral e ética são relativas, nosso caminho é liberal e tanto o lazer como o prazer são livres de lei ou regras. Mas, se nosso caráter for moldado pela Lei moral de Deus (ex.: 10 mandamentos), abraçamos conselhos que nos levarão a caminhos distintos da maioria.

Para os cristãos, a “Lei do Senhor” é a base moral que expressa o caráter de Deus. E essa, é a influência desejável que os justos procuram: serem causados pelo conselho de Deus. E eles, estão conscientes de que, se não estiverem sob a supervisão da Bíblia, estarão sob outra influência. A existência humana é causada e não há conforto de neutralidade, antes, há uma pressão contínua que empurra até “a linha do desespero”, citando Francis Schaeffer.

Por isso, os cristãos “meditam na Lei dia e noite”, tanto para vigiar contra as inclinações para pecado quanto para experimentar os efeitos redentores da poderosa influência de conselho e juízo das Escrituras.

UM AMOR EXIGENTE

Paulo Zifum

Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

Apocalipse 2:1-5

O livro de Apocalipse mantém cuidadoso discurso de metáforas, alegorias e figuras de linguagem próprios para a abordagem escatológica. No início da obra há uma dedicatória endereçada às sete igrejas da Ásia (1.4). Cada uma dessas Igrejas, denominadas “candeeiros” (1.20) estava sob o cuidado de um líder humano reconhecido como “anjo da igreja” (2.1) ou como uma “estrela” (1.20). Esses líderes receberam o privilégio vocacional no reino de Deus de cuidar do candeeiro. Essa honra, porém, poderia ser perdida por falta de dignidade.

Embora o texto pareça limitar o diálogo, é razoável inferir que o Senhor, ao exortar o representante, esteja também se referindo à Igreja, ou seja, a todos os crentes ali congregados. Nessa perspectiva, a Igreja seria a “estrela” e o ministério seu “candeeiro”. Sendo assim, a igreja de Éfeso¹ estava ameaçada no “moverei do seu lugar o teu candeeiro”, que seria a perda trágica da relevância num dado momento² da história da redenção³.

E qual era a causa da ameaça divina de retirar de Éfeso o seu candelabro? A queixa é bem clara: falta de entusiasmo devocional. Jesus não reclama de infidelidade na missão dada. Ele se queixa da falta de alegria, da apatia com que aquela Igreja estava desenvolvendo seu ministério. Ele não pede que ela entregue mais obras, apenas exige que ela tenha o mesmo amor inicial.

Esse amor exigente, notado na Lei (Ex.20.1-2; Dt.6.4-5) e no discurso dos profetas do Antigo Testamento, ressurge em Apocalipse de modo zeloso. E, por que Deus não aceita de Éfeso uma relação desgastada e menor do que era? Uma das razões estava no princípio que diz: “a quem muito é dado , muito será exigido” (Lc.12.48). Uma Igreja aos receber dons e ministérios, recebe responsabilidades específicas. No caso de Éfeso, o amor devocional não poderia ser menor, sob o risco de se tornar tão fraco e a adoração se tornar tão mecânica que nada sobraria para lembrar o culto original.

Temos notícias de diversas igrejas que, no passado, tiveram amor contagiante e um mnistério influente, mas hoje mantém apenas o básico das tradições. O Senhor não é injusto, antes reconhece que essas igrejas são fiéis ao manterem a Escola Bíblica Domincal, a administração financeira ilibada, o bom testemunho social e resistência contra a securalização, mas, exorta essas comunidades quanto ao evangelismo e fervor missionário.

A tarefa de evangelizar sinaliza o primeiro amor, partindo do princípio que amar a Deus é devotar-se a quem ele ama, a compaixão genuína com as almas perdidas é uma formas de expressar esse ἀγάπην πρώτην ágapen proten de Ap.2.4. A paixão pela evangelização é o desejo de divulgar o amor de Cristo, ou seja, é a devoção pelo próprio Cristo.

IMPLICAÇÕES RELACIONADAS

Quando Deus exige “não terás outros deuses diante de mim” ou “amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”, Ele está protegendo as relações inferiores. Porque, se amarmos o que é superior (o bom [santo], o belo [perfeito] e o verdadeiro [justo]), temos condições de manter o equilíbrio de afeto nas relações derivadas.

Sendo o primeiro amor teorreferente[4] de afeto devocional cristocêntrico, os outros amores são seguramente bem orientados. A relação conjugal, a paternidade, a profissão, o trato com o restante da criação e a gratidão pelas provisões divinas, dependem desse primeiro amor. A exortação “lembra, pois, de onde caíste” mostra que o afastamento de Deus reduz a qualidade do casamento e de todas as outras relações, pois, se não amamos a Deus em primeiro lugar, caímos em idolatrias e amores menores que não podemos sustentar.

O amor a Deus cria referências para avaliarmos nosso amor pelas pessoas, lugares e atividades. Devemos nos perguntar: meu amor, minha gratidão e meu entusiamos pelas providências divinas é adequado?

¹A igreja de Éfeso foi fundada pelo apóstolo Paulo. A carta de João foi enviada, segundo historiadores, quando essa comunidade já tinha 40 anos de organização.

²A antiga e imponente cidade portuária de Éfeso é hoje reconhecida por ter em suas ruínas um dos maiores museus arqueológicos do mundo ao ar livre. As Ruínas de Éfeso, na Turquia, está localizada perto da histórica cidade de Selcuk, no distrito de Esmirna, a 8 km de distância da Praia Pamucak e a 680 km de distância de Istambul, a maior cidade da Turquia.

³Cada cristão e cada comunidade cristã tem sue papel na história. Especificamente, igrejas locais podem ter grande impacto sobre gerações por meio de seu ensino, seu testemunho e obreiros que produz e envia. Em Éfeso havia uma pulsante comunidade cristão e não sabemos por quanto tempo foi influente, mas há indícios de que, com a queda do Império Romano da capital Constantinopla (hoje Istambul), o cristianismo perdeu sua força na região. Em Éfeso, hoje, existe apenas pálidas memórias do cristianismo.

[4] Teorreferência é um conceito empregado pelo Dr. Davi Charles Gomes para indicar que Deus é o ponto de referência último de toda existência. Acessível em https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2018/11/6-A-metapsicologia-vantiliana-uma-incurs%C3%A3o-preliminar-por-Davi-Charles-Gomes.pdf.

CASAMENTO: TENTE NOVAMENTE!

Youtube fora do ar: Ocorreu um erro. Tente novamente mais tarde – Erro 503  | Seletronic


Paulo Zifum

Observe, nos versos abaixo, a análise de Judith Viorst.

Levo mais um copo d’água para as crianças.
Passo o creme de hormônio no rosto.
Então, depois de terminar a isometria,
Recebo meu marido com um abraço caloroso.
Com minha camisola de flanela de mangas compridas
E meias (porque meus pés estão sempre gelados)

Engulo tranquilizantes para minhas extremidades nervosas
E pastilhas de antialérgico para a coriza.
Nosso cobertor elétrico azul, regulado ao máximo.
Nosso despertador vermelho, regulado para as sete e meia.

Digo a ele que devemos muito no armazém.
Ele diz que seus dois melhores ternos estão sujos.


No ano passado, dei um Centauro no aniversário dele.
(Eles me prometeram que ele se transformaria em meio homem, meio animal.)
No ano passado, ele me deu algo negro e rendado.
(Eles prometeram a ele que eu ia ficar louca de desejo, no mínimo.)
Mas, em lugar disso, os rolos do meu cabelo tilintam no travesseiro
E a unha comprida do pé dele me arranha.

Ele se levanta para aplicar um pouco de Chap Stick.
Peço-lhe que me traga dois Bufferin.

Oh, em algum lugar deve haver lindos boudoirs
Com leiçóis Porthault e dosséis e chicotes.
Ele caça leões na África nos fins de semana.
Ela tem noventa centímetros de cadeiras.
Seus olhos se encontram sobre os copos de conhaque.
Ele passa os dedos pelos cabelos dela, penteados por Kenneth.
Os filhos estão na outra ala com a governanta.
O som de violinos paira no ar.

Na nossa casa ouço água pingando.
Está chovendo, e nunca nos lembramos de tampar a goteira.
Ele apanha o pano de chão, e eu, o balde.
Concordamos em tentar novamente na p
róxima semana.

Esses versos estão ná pagina 195 do livro Perdas Necessárias. Nele a autora defende que o casamento carrega consigo um misto de amor e ódio devido às expectativas impossíveis criadas em torno da relação conjugal. Para Viorst o casamento é uma conexão, imperfeita como outras. E essa perspectiva condiz com a verdade expressa na Bíblia, que alerta desde Gênesis 3 que todas as conexões humanas sofrem de distorção por causa do pecado.

Embora Viorst ofereça um choque de realidade, mantém a a esperança. O livro pode ajudar casais que se amam, mas que não estão tendo habilidade para lidar com o que “se desejava e o casamento conseguido”e com o “o desapontamento romântico e sexual”. É difícil, mas necessário aceitar que “a condição de casado pode não corresponder a algumas, e às vezes a todas as expectativas”.

Casais que se amam, desejam estar ali um para o outro, serem fiéis e leais, aceitar as imperfeições um do outro e que, embora esperando discordar em muitas coisas sem importância, sem dúvida, concordarão nos assuntos importantes. Mas, o pecado e a dureza de coração podem produzir abandono, infidelidade, intolerência e brigas egoístas.

Embora a autora escreva com viés redentor, não aponta a redenção efetivamente. Ler esse livro poderá ajudar? Sim. Porém, a grande esperança para os que se perderam no labirinto das depecções está em Cristo, em seu ensino e na intervenção do Espírito Santo. É Ele que ajudará o marido e a esposos a amar com misericórdia e a corrigir rotina e vícios nocivos de acomodação. Jesus é suficiente para ajudar casais a “cordorarem de tentar novamente na próxima semana”.

CASAMENTO SIMPLES

Paulo Zifum

O casamento simples é como um prendedor de roupa: dois pinos de madeira interligados por uma mola¹. Nessa figura, o marido e a esposa são unidos pela aliança (promessa) que funciona como um “ponto de apoio em espiral”. A mola, feita a partir de um único arame, representa o compromisso conjugal que exerce pressão por igual entre as partes.

As partes: Quando Deus criou o homem sozinho, disse: “não é bom que o homem esteja só” (Gn.2.18). Adão poderia ser útil sozinho, mas só teria pleno significado quando fosse “encaixado” com sua metade. Melhor serem dois do que um (Ec.4.9).
A união: Quando Deus inventou o casamento, ele planejou que os opostos se unissem de modo voluntário, atraídos pelo prazer de se completarem e suprirem suas necessidades básicas.² E qual a grande necessidade humana senão viver uma vida com propósito para o qual foram criados?
A mola: Quando Deus declara “por isso deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois se tornarão os dois uma só carne” (Gn.2.23-24), ele fala do casamento como um evento marcado por decisão e compromisso voluntário. O casal liga-se para juntos funcionarem com propósito de serem para Deus um meio de “estender” ao mundo sua glória.

Segundo a ilustração do dispositivo, o Casamento Simples, portanto, é formado por dois opostos (um homem e uma mulher) que se unem sob pressão por igual (aliança conjugal) para estender ao mundo a glória de Deus (vida de amor, amizade e criatividade). Ou seja, o casamento foi criado para refletir as mais importantes mensagens que Deus deseja comunicar.

¹este dispositivo foi desenvolvido por  David M. Smith  em 1853 e aperfeiçoado por Solon E. Moore em 1887 com o que chamou de “ponto de apoio em espiral” feita a partir de um únco arame.
²Abraham Maslow, um psicólogo comportamental, desenvolveu conceito de hierarquia das necessidades humanas conhecido pela ilustração da Pirâmide de Maslow. Essa estrutura tem como base as necessidades fisiológicas, seguidas de segurança, afeto e estima, culminando na autorrealização. Embora Maslow tenha definido que somos seres morais, não abordou a tema da transcendência que nos define como seres espirituais. O gráfico abaixo, além de acrescentar o autruísmo como necessidade, mostra a Cruz para reafirmar que a necessidade humana só pode ser plenamente satisfeita em Cristo.

O MINISTÉRIO DE LOUVOR


Paulo Zifum

Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus,
sempre, sacrifício de louvor,
que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.
Hebreus 13:15

As igrejas organizam naturalmente suas equipes de música com instrumentistas e cantores. Dependendo do nível de dedicação, as pessoas desse grupo passam a ser reconhecidos como “ministros” de música que auxiliam a igreja no culto em louvor a Deus. Esses ministros são destacados, não apenas pela habilidade musical, mas pela consagração à essa importante tarefa.

A tarefa de auxiliar (Ef.4.16) o Culto público (1Tm.2), segundo Ef.4.11, é voltada para o ministério profético e pastoral segundo as Escrituras, com a finalidade de ensinar, exortar e consolar o povo de Deus. Portanto, o ministério de música, coopera com “salmos, hinos e cânticos espirituais” (Ef.5.19) para que a Igreja adore a Deus e seja cheia do Espírito Santo (Ef.5.18). Logo, o ministério de música tem sua constituição, função e conteúdo definidos pela Escritura.

O livro de Salmos nos oferece base teológica
para essa CONSTITUIÇÃO-FUNÇÃO-CONTEÚDO
de um Ministério de Música.
Destacamos aqui o Salmo 33:

Constituição
Exultai, ó justos, no Senhor! Aos retos fica bem louvá-lo.
Salmos 33:1

Músicos santos conduzem santos à adoração.
A vida dos músicos deve combinar com o
“adorai o Senhor na beleza da santidade” (Sl.29.2).
O viver não será perfeito, mas deve ser digno,
sem fingimento, mentira ou rebeldia.
Não existem músicos perfeitos, mas todos devem ser humildes.

Função
Celebrai o Senhor com harpa,
louvai-o com cânticos no saltério de dez cordas.
Salmos 33:2

Músicos foram chamados para celebrar
o amor e a misericórdia de Deus em Cristo
tocando instrumentos e cantando.
Os músicos podem compartilhar a Palavra,
mas a função do ministério não é pregar,
como diz: “passava eu com a multidão de povo
e os guiava em procissão à Casa de Deus,
entre gritos de alegria e louvor,
multidão em festa” (Sl.42.4).
As músicas pregam em si, o músico as executa
e auxilia o ministério da Palavra.

Conteúdo
Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo.
Porque a palavra do Senhor é reta,

e todo o seu proceder é fiel.
Salmos 33:3,4

Músicos fiéis se inspiram na Palavra de Deus
e, por isso, não induzem a igreja ao erro.
E a Palavra de Deus diz que a Igreja adora ao Deus Trino:
Pai, Filho e Espírito Santo.
E todo louvor converge em Cristo,
e sua obra redentora na Cruz é o grande tema musical
Também, o ministério de música retrata a vida dos fiéis,
como nos Salmos, descreve
as lutas e anseios do povo de Deus.
Músicos excelentes com
cânticos antigos e novos,
executam com beleza, arte e júbilo.
Ministros não são acomodados
com músicas antigas, sem diversidade,
nem relaxados ou indisciplinados,
mas, segundo o Salmo 40,
recebem inspiração de cânticos novos,
e renovam o louvor.
Claro, sem abrir mão
dos grandes clássicos musicais do passado.
O louvor une gerações (crianças, jovens e velhos),
criando um belo diálogo entre eles,
conduzindo a Igreja a experimentar
melodias, ritmos e harmonias
que aproximam de Deus.

CAMINHO ESTREITO

Caminho Estreito Entre Casas Brancas Foto de Stock - Imagem de arquitetura,  tradicional: 157486824


Paulo Zifum

O cristianismo é o caminho estreito. É a saída do mundo, mas nada atraente porque primeiro mata, depois salva. Esse, talvez, seja o meio mais simples de manifestar os escolhidos, a saber, que o desejo de sair é maior que o de viver. Esse é o grande paradoxo da fé: “perder, para ganhar, morrer para renascer”. Os cristãos seguem na contra-mão do mundo. Seguem a Cristo. Por isso, o Evangelho é loucura para o mundo, porque abre mão da segurança do visível para entrar num mundo que não se pode ver. Crer em Cristo é seguir no caminho estreito que o mundo jamais desejaria. E quanto mais o mundo rejeita, mais os cristãos tem certeza de que estão no caminho certo,

BOCA QUE ABENÇOA

Paulo Zifum

1984 foi o “ano luz” de minha família. Nesse ano, meu irmão Luiz Leite converteu-se ao cristianismo puro e simples. Por meio ocorreu uma onde de transformações na família. Além da libertação de vícios e temperamentos, todos os costumes da família foram modificados, redimidos e elevados. Antes fazíamos apenas festas e encontros, mas sob a liderança cristã de meu irmão, passamos a realizar reuniões de estudo e oração regadas de música inspirativa. Todos passamos a crescer em todos os níveis, passamos a perdoar e a pedir perdão. Entre as muitas áreas de aprendizado que foram ativadas, uma merece destaque, a saber: o uso da linguagem da benção.

Depois que aprendemos que a Bíblia está repleta de “promessas de Deus” em Cristo, “tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém, passamos a falar uns aos outros de forma positiva, sempre abençoando. Antes, éramos uma família que não sabia comunicar-se positivamente, depois que Cristo entrou em nossos lares, passamos a ser uma família abençoadora tanto por meio da conversa como por meio da oração.

Lançamos fora todo o medo, com o coração limpo, passamos a abençoar uns aos outros. Tomamos conhecimento de que “a morte a vida estão no poder da língua” (Pv.18.21), e, resistindo as sugestões do pecado e do diabo, proclamamos a vida em cada mensagem que enviamos uns aos outros.

Jesus ensinou que “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt.12.34) e, nossa família, depois que “o amor de Deus foi derramado em noso coração” (Rm.5.5), passou a falar desse amor que “é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co.13.4-7). Ou seja, passamos a abençoar as pessoas ao redor.

Lutamos em nosso ambiente familiar, porque ainda somos criaturas “misturadas” com a impureza do pecado. É preciso vigiar porque “de uma só boca procede bênção e maldição” (Tg.3.10), e sabemos que “não é conveniente que estas coisas sejam assim… a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso” (Tg.3.11). Mas, Deus tem nos concedido graça, e nosso lar são repletos de palavras de benção, e falamos uns aos outros assim:

O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer
o seu rosto sobre ti,
e tenha misericórdia de ti;
O Senhor sobre ti
levante o seu rosto e te dê a paz.

Números 6:24-26