Paulo Zifum
Ela entrou na sala onde Jesus estava e, sem rodeios, derramou 300ml de perfume caro sobre Jesus. As pessoas que estavam no recinto reconheceram o cheiro e sabiam que era uma essência preciosa. Pela quantidade cerimonialmente derramada, alguns poderiam calcular em torno de R$2.000,00. Esse ato foi registrado no Evangelho de João capítulo 12 sobre o qual podemos fazer 4 perguntas.
O que, exatamente, essa mulher estava fazendo?
É típico dos apaixonados serem extravagantes ao demonstrarem que o valor da pessoa amada está acima de outras referências de valores. Maria planejou esse ato para comunicar a Jesus o que ele signifcava para ela. Era desperdiçou em segundos o que mulheres poderiam usar por meses. Ela revelou que, para ela, Jesus era divino e, perto dele, aquela essência era um perfume barato. Ela estava grata porque Jesus haia ressuscitado seu irmão Lázaro. Havia ali uma atmosfera sobrenatural e Maria externou sua compreensão com um gesto que apontava para algo além dessa vida.
O que Jesus achou daquela veneração?
Ele gostou! E como era um homem humilde, em vez de ressaltar sua realeza ou o prazr de ser elogiado em público, ele chama o ato recebido como bondade (Mc.14.6). Em silêncio, permeneceu reverente enquanto recebia aquela terna unção sobre sua cabeça. Não sabemos se Maria estava se despedindo de Jesus, mas depois que a essência encheu o lugar, Jesus se apropria daquele momento dizendo que era um preparo para sua morte, o que confirma que o Senhor não aceitava massagear seu ego, mas sentia profunda espiritualidade naquele ato. Em vez de valorizar o perfume, destaca Maria, com fez Davi (1Cr.11.15-19). Em gratidão, o Senhor profetiza que aquele gesto de amor seria lembrado para sempre.
O que as pessoas acharam?
As pessoas são conhecidas por suas comparações. Judas disse que aquela quantia de perfume poderia ser vendida e o valor revertido para os pobres. Enquanto Maria demonstrava que Jesus estava acima dos valores deste mundo, Judas revelou o raciocínio materialista comum. Jesus era um homem muito simples e desapegado de qualquer luxo (Lc.9.58) e seu ministério tinha sido todo em torno dos pobres, mas Judas era incapaz de perceber o que estava acontecendo ali. E como Judas estava para traí-lo, fica evidente em seu comentário que Jesus não era para ele nada maior a ponto de merecer tal adoração. Maria, sem querer, cria um divisor de águas e risca uma fronteira separando idólatras e verdadeiros adoradores.
Qual o impacto que o ato de Maria tem sobre nós?
Ela cria uma referência sobre o relacionamento com Jesus e o quanto estamos dispostos a oferecer para o Senhor. Quando Paulo declara que “em nada considero minha vida preciosa para mim mesmo” (At.20.24) e “o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo” (Fp.3.7-8), ele amplia o ato de Maria. Abaixo dos maiores amantes, nós percebemos a timidez de nosso amor e nossa tendência de oferecer pouco para reter em vão aquilo que poderíamos oferta para o Senhor.
Maria nos estimula à uma vida devocional que, pode ser secreta ou exposta diante da congregação. E nessa devoção cada um sabe se está dando o melhor de si ou não. Maria usa valores materiais para sua devocão, o que nos ajuda a lembrar que o amor, com frequência, materializa sentimentos.
Hoje, o Senhor não está fisicamente entre nós, mas ele nos garantiu que podemos “derramar nardo” sobre ele se amarmos as pessoas (Mt.25.35-45). Porém, não devemos pensar que distribuir os bens aos pobres seja, em si, uma relação como o Senhor, mas o amor e gratidão para com Cristo nos levará, indubitavelmente, ao próximo em suas necessidades.