FUJO DE DEUS E VOLTO

Querido Senhor, preferes a mim e eu fujo de ti como se fosses indesejado. Perdoa-me. Não és para mim senão o maior tesouro. Aborreço-me porque desprezo a riqueza que tenho, e não compreendo. Sou tardio, ainda pior, sou néscio por desdenhar tua companhia. Mas, agora recupero-me no fim desse dia, para não te ver tão triste. És tão fácil de agradar, e tão bondoso no olhar. Sinto que aceitas as desculpas que empenho e não tratas teu servo com desconfiança. Aquieto-me.
Estive preocupado com diversas coisas porque longe de ti andei. E por isso acometeu-me um esquecimento de quem és, e caí na loucura de achar que tudo depende de mim. E nesse estado passei a cuidar de tudo um pouco e por fim, de nada. Escapa-me do aprisco os bons  pensamentos de orar e confiar, de ler tua Santa Palavra e calar-me em solitude. Que desventura perder-me de ti e colocar tudo a perder. Ainda bem que tua vara trouxe-me de volta. Aqui estou! Deixa-me contar meus medos e desejos para que, aqueles desfaças e esses purifiques. Agora, Senhor, tenho centenas de pessoas que dependem de mim, e aguardam do encontro comigo, estarem contigo. Como farei? Disfarçar-me de cheio não posso, despedi-las vazias não devo. Ó Senhor! São cinco pães e dois peixes e sinto-me impotente. Como é triste ter fome de Deus e não achar quem sacie! Ouço tua voz falar-me: dê você de comer a eles! Ó Senhor! São apenas cinco sermões e dois testemunhos antigos. Ajuda-me! Faz teu milagre às margens desse Rio Preto, conforme vi um dia em sonho, e realiza o teu que é melhor que o meu, quando eu estiver pronto e perto de ti. Termino essa pequena oração não ousando olhar-te, mas confio, por teu amado Filho, que hás de me ser propício.

PORQUE VOLTAMOS ATRÁS

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Paulo Zifum

Volto atrás em minha boa intenção com as pessoas porque o sentimento “era pouco e se acabou”. Descobri que muito de minha “bondade” é, na verdade, retribuição. Tenho inclinação em recompensar quem me compensa.

Como cristão, sinto-me um nada pelo fato de seguir indicadores desse mercado de vantagens, onde sou impulsionado a investir onde possa ter maior retorno. Sendo assim, porque eu deveria gastar recursos emocionais para consertar as coisas?

Sem ânimo, acabamos  fazendo tudo errado ou deixando de fazer o certo.

Esse tipo de ordem interna mexe muito com nossa disposição de manter o casamento, conciliar laços familiares, pedir perdão a amigos ofendidos e sofrer danos em favor do outro.

Jesus disse: “Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta” (Mt.5:23-24).

Note que não importa especificar quem está certo ou quem está errado, mas o que interessa é definir a base da relação: Eu-Deus-Próximo. A “oferta” mencionada por Jesus se refere à procura do perdão e favor divino. Jesus alerta que não faz sentido querer estar bem com Deus e não desejar consertar as coisas com as pessoas. Se elas me ofenderam e meu coração quer desistir delas, devo deixar no altar a oferta. Se eu as decepcionei, não devo insistir contra a consciência, devo deixar no altar minha oferta e só voltar quando as coisas estiverem acertadas no que depender de mim.

Quando me tornei cristão me comprometi a amar a todos. Isso, envolve manter minhas promessas de ser verdadeiro e fiel, mesmo que elas deixem de ser. O problema é que descubro com frequência que algumas relações minhas estão construídas sobre a areia da retribuição e não sobre a rocha da Graça. Por isso está escrito que o amor se esfriará de quase todos (Mt.24.12). Hoje em dia as pessoas querem ser felizes e por isso estão inclinadas a “trocar de fornecedor” se o outro não for capaz de encher seu “tanquinho emocional”.

Eu não quero voltar atrás! Quero manter minha palavra, mesmo quando sair prejudicado (Sl.15.4). Por que? Porque Deus não volta atrás em sua boa palavra de amor para comigo e não me trata como eu mereço, mas insiste com sua misericórdia.

TEMPO DE QUALIDADE

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Paulo Zifum

Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra. Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: “Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! “Respondeu o Senhor: “Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada“. Lc.10.38-42

Se você prestou atenção na leitura acima, pode chegar à conclusão de que devemos reservar tempo para o aprendizado e evitar atividades desnecessárias*.

Se você é perspicaz, deve ter notado que o Senhor está disposto a defender a todos que querem crescer em sabedoria. As pessoas que querem aprender devem ser estimuladas.

Se foi capaz de notar, então percebeu que Marta usou um argumento falho ao se vitimizar. Porém, o Senhor de modo elegante a remeteu para a tão necessária autocrítica: será que excedi na quantidade de tarefas?

Ao captar a mensagem do escritor, você pode concluir que deve: 1-Reservar tempo para aprender, estudar. 2-Defender o direito tão ameaçado do aprendizado. 3-Vigiar para não arrastar pessoas a serem consumidas por atividades inúteis que as prive de sua paz e solitude. O mundo está cheio de burocracias e tarefas sem significado humano, então, antes de cobrar tarefas, verifique se o que está fazendo faz real sentido e se tem valor de fato.

*O dualismo “pessoas x coisas” é normalmente destacado em Lc.10.38 indicando um antagonismo, mas devemos manter a sobriedade de que muitos sacrifícios feitos por amor às pessoas podem, temporariamente, nos privar delas. Marta poderia apenas ficar feliz por proporcionar à sua irmã Maria esse tempo de qualidade com o Senhor.

O CÉU PARA MIM

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Paulo Zifum

Quando penso no Céu, esse lugar para o qual vou sem mérito próprio, penso no lugar e suas qualidades, onde enfim, realizarei meu sonho de viver no sublime do que é bom, belo e verdadeiro, coisa que me é negada nesse mundo de falsificações, feiuras e maldades.

Mas, o que penso mesmo quando o Céu desejo, não é o lugar de paz e sossego. Anseio pelas pessoas! Elas é que fazem a eternidade ser um Céu pra mim.

Imagine poder estar com Jesus pessoalmente!

E quando penso estar com meu pai e minha mãe, assim, sentado contando histórias de amor, podendo olhar meus irmãos ao redor… é o Céu. Estar com meus filhos e netos para repetir todos os dias uma nova aventura. Encontrar meus amigos antigos e rir de memórias que são somente nossas. E fazer milhões de amigos com agendas de encontros para a eternidade.

Por isso, digo, que há muito deixei de desejar o simplesmente estar lá. Não é o lugar que é Céu e sim essa doce certeza de que estarei com ela. E isso será bom, por toda eternidade. 

 

ORAÇÃO: INTERFERÊNCIA REAL

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Paulo Zifum

Seria a oração uma interferência criativa do próprio Criador por meio de suas criaturas?

Somos imagem e semelhança de Deus. Quando fazemos pedidos de oração estamos interagindo, sugerindo ideias nossas à trama da História. Como somos seres únicos, é possível pensar que algum pedido seja surpreendente e mude o curso das coisas.

Parece-nos, na Bíblia, que Deus decidiu agir na Terra de modo mediado. E diversos casos  como de Abraão, Moisés, Elias, Eliseu e Ezequias mostram que a expressão “mediação” pode indicar a possibilidade de adição e novidades no Livro do Salmo 139.16. Embora esse Livro já contenha todo o enredo da história do personagem, tudo indica na Bíblia, que existe a grande possibilidade da “imagem e semelhança”, por meio da oração, improvisar e trazer “à existência coisas que não existem” (Rm.4.17).  Esse fenômeno é peculiar dos filhos mais chegados de Deus.

As orações normalmente seguem o fluxo da busca por conhecimento, segurança e compaixão. Porém, alguns pedidos singulares causam admiração tanto pela sabedoria como pela ousadia com que são feitos (Ex.32; 1Rs.3; Lc.7). A oração carrega mistérios que a maioria desconhece. Imagine as mudanças  históricas causadas pelas orações do profeta  Daniel? Em sua batalha espiritual ele nos revelou uma atmosfera incrível (Dn.10)!

Quando você se ajoelha para orar, acredita mesmo que está diante de uma possibilidade* de “fazer história”?

*É possível, se o assunto não estiver fechado pelo Escritor. Deus nos convida a interagir, mas não permite mudanças em seus decretos. Veja alguns exemplos abaixo:

http://biblia.com.br/joaoferreiraalmeidarevistaatualizada/jeremias/jr-capitulo-15/

http://biblia.com.br/joaoferreiraalmeidarevistaatualizada/2-corintios/2co-capitulo-12/

O AMOR TEM PRAZO

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Paulo Zifum

Não! Você não tem todo tempo do mundo nessa Terra que não pára. Não poderá amar a seus filhos pequenos senão agora antes que esse chão fofo se feche. Amanhã pode ser que as coisas não estejam amáveis, e a semente dócil terá de ser um aguilhão. O tempo é agora!

Faça amigos no tempo em que o clima é favorável. E qual esse senão na adversidade? Sua visita na enfermidade ou no fracasso é o tempo certo, e não depois. Viaje até lá antes que seja tarde, porque o amor tem prazo. Valorize seus amigos. Demonstre de forma nobre.

Os pobres? Esses andam espalhados por todo lado, dando a todos oportunidade de conceder a Deus algo que o interesse. Porque Deus, do resto, nada necessita. E depois que o carente supera sua falta, qual a utilidade de sua vida, bens e tempo?

Deus me livre de perder os prazos mais importantes da vida: amar na data certa!

CASA EM DESORDEM

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Paulo Zifum

Dois jovens entram numa escola em Suzano (SP)  e matam oito pessoas. Depois de cometerem os crimes, Guilherme, de 17 anos, executa o comparsa Luiz, de 25, e depois tira a própria vida.

Os assassinos tinham família, tinham um lar, mas as coisas não estavam em ordem. Os segredos que guardavam e o plano que haviam feito revelam que a família não tinha acesso a essa atmosfera sombria na qual estavam envolvidos.

A Bíblia nos conta diversos casos nos quais os pais ignoravam os planos malignos de seus filhos. O ódio de Suzano apareceu ineditamente  em Caim, que foi o primeiro a acalentar um homicídio (Gn.4). Depois, podemos citar o massacre em Siquém, planejado secretamente pelos filhos de Jacó (Gn.34). Depois Absalão conspira e mata seu meio irmão (2Sm.13).

Com exceção de Caim, do qual não conhecemos o contexto familiar, a família de Jacó e de Davi tinha uma evidente negligência na comunicação e, por consequência, os laços afetivos eram frágeis e pouco fraternais.

Uma família em desordem pode suscitar pesadelos sociais, como narra o livro de Reis no caso de Manassés. Seu pai, o rei Ezequias, foi um homem bom e reto, porém negligenciou a educação do pequeno príncipe. Após assumir o trono do pai, o jovem se tornou um rei terrível, desfez tudo o que o pai construiu e, em sua loucura, queimou o próprio filho em oferenda aos deuses pagãos. Manassés parecia um revoltado cheio de ódio.

Porém, antes de Manassés nascer, Deus enviou o profeta Isaías com uma mensagem a Ezequias: “ponha em ordem a sua casa!” (Is.38). Entretanto, o monarca não prestou atenção no aviso de modo completo. Quando Ezequias morreu, Manassés tinha apenas 12 anos e estava totalmente despreparado. A casa de Ezequias estava em desordem e o país se tornou um caos.

Não existem famílias perfeitas. Há sempre uma bagunça aqui e ali. O pecado, presente em todas as famílias, sempre há de desarrumar relacionamentos e frustrar expectativas. Ninguém consegue dar conta de tudo. Não existe casamento perfeito. Sempre há algo para se arrumar. Não há educação de filhos que não tenha defeitos. Algumas coisas deixam a desejar e Suzano nos lembra dos efeitos colaterais de lares em desordem.

Por isso, nos vem a Palavra do Senhor: “ponha em ordem a sua casa”. Deus levanta profetas para nos exortar, nos alertar de coisas que jamais, por nós mesmos, perceberíamos. E não temos todo o tempo do mundo para acertar as coisas pois podemos morrer a qualquer momento sem aviso. Necessitamos colocar a vida em ordem.

E o que é um LAR EM ORDEM para o cristão?

A referência de ordem nos é dada por meio da Palavra do Senhor que nos instrui: o marido pastoreia seu lar, orando, ensinando à família e guiando ao Culto (Jó.1.5, 1Pe.37). A esposa sabiamente o auxilia, sendo-lhe submissa (Pv.14.1, 1Pe.3.1-6). O trato em casa é sem gritos ou palavras pesadas e cheio de gentileza e afeto. Às vezes,  há briga, mas depois acerta, pede perdão. O lar em ordem não é perfeito, mas perdoado. Dentro de casa se falam coisas boas e evita-se falar da vida dos outros, procurando manter a honra e os bons costumes (1Pe.3.8, Ef.4.25-32). Os filhos são disciplinados e respeitam os mais velhos (Lv.19.32). O lar é um lugar de paz e tão forte como um castelo, é um refúgio não apenas para a família, mas para os de fora com o seu bom testemunho. A família em ordem enfrenta as dificuldades em oração e, mesmo em meios às crises, procura ser fiel. Reserva o dízimo e as ofertas como algo sagrado e procura ajudar os mais pobres.

Isso parece impossível?

Muitos lares de hoje se encontram fora dessa ordem e até impossibilitados de alcançá-la devido à anatomia da família. Por isso, em face às enfermidades do lar e do casamento, somos estimulados a orar pedindo socorro a Deus.

Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos e ele endireitará as tuas veredas” – Pv.3.5-6.

Não somos capazes de colocar algumas coisas em ordem. Falta-nos sabedoria, e não sabemos por onde começar. Às vezes, falta até saúde emocional para iniciar uma reforma em casa, uma mudança de costumes errados. Por isso a oração é tão importante.

VOU ESPERAR DE UM JEITO

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Paulo Zifum

Ter que esperar algo é inevitável e todos sofremos quando somos obrigados a aguardar mais do o planejado. E o mais comum em nossa experiência é planejar errado ou ignorar as variantes de um mundo que muda o tempo todo.
Esperar pode ser uma grande decepção, mas se aprendermos a esperar do jeito certo, seremos seguramente recompensados. Sabe como?

Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no Senhor. Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira.” Salmo 40.1-4

Não é seguro esperar por coisas instáveis ou por pessoas falíveis. No passado, os homens consultavam os astros e os oráculos religiosos para saber o que esperar. Hoje, a Ciência é o oráculo de muita gente que coloca cegamente sua fé nas “últimas pesquisas”, ou seja, o homem confia no homem.

Mas, a Ciência parece não ter nenhuma perspectiva para oferecer sobre como arranjar um marido, por exemplo,  ou sobre qualquer acontecimento sobre o amanhã. As pessoas ainda buscam consolo no horóscopo. Por isso, bem disse o profeta: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr.17.5).

Esperar em Deus, entretanto, não é em qualquer divino. O Salmo fala do Deus Trino ensinada nas Escrituras, que fala de um ser pessoal que se revelou por meio do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E é exatamente nessa relação de amor, confiança e sacrifício que o salmista conta sua experiência de resposta de oração.

E é aqui que podemos obter o segredo de esperar do modo correto. Esperar na pessoa “em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17). Ele criou a chuva, então, olhamos para o céu e fazemos uma oração, entramos em nossas casas e esperamos nele, que pode nos atender ou não. Se Ele nos der chuva, ficamos aliviados, mas se não der, podemos continuar esperando na bondade dele.

NÃO FALE MAL DA NOIVA!

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Paulo Zifum

Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas aproximou-se e me disse: “Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro”. Apocalipse 21.9

Não há nada de errado em apontar um defeito na noiva. Mas, alguns só falam mal e isso rompe qualquer possibilidade de relacionamento com o noivo.

Conta-se a história de uma noiva muito pobre que, próximo à data do casamento, estava aturdida cuidando dos irmãos pequenos e de sua mãe doente. Era uma moça com poucos dotes e faltava-lhe um pouco de treinamento no trato com as pessoas, porém, era esforçada e trabalhadora.

Certa vez, precisou ir à mercearia comprar leite, mas o dono negou pois a família já não pagava a conta há meses. Diante das pessoas, irritada, a moça cuspiu no chão e soltou um horrível palavrão. O ocorrido virou assunto na vila.

Alguns diziam: “pobre noivo!” e, outros pintavam da pobre moça a pior descrição. E, como era de esperar, a história chegou aos ouvidos do noivo numa versão muito pior e cheia de malícias. Pessoas chegaram a alertar o noivo de que não deveria casar com aquela “pequena bruxa”.

Entristecido, o noivo seguiu com os preparativos do casamento porque amava sua noiva mais que tudo. Preocupado, enviou mensageiros disfarçados para sondar as opiniões do povo da vila.

Faltando sete dias para o casamento, na porta da Igrejinha após o culto matutino, um pequeno grupo reuniu-se para falar da noiva. E uma das irmãs discursou:

-Precisamos fazer algo por nossa noivinha. Todos sabem o que ela tem passado nos últimos anos com a perda do pai e a enfermidade da mãe. Não tem tempo para nada trabalhando de dia e de noite. A pobre não tem modos e veste-se muito mal. O que vamos fazer por ela? -perguntou em tom pausado, cruzando os braços.

-Posso essa semana ficar com os irmãos mais novos dela. -disse uma das irmãs.

-Decidimos pagar a dívida na mercearia. -contou sorrindo um dos presentes, abraçando mais dois homens que olhavam para baixo.

-Vamos leva-la para comprar roupas novas.-disse a esposa do único médico da cidade.

-E eu? Fico com a tarefa mais difícil? -ranzinou uma irmã baixinha que sempre falava fechando um dos olhos.

-Sim! Só você mesmo irmã, para dar um jeito naquele cabelo. Depois de nosso Senhor, você é a que mais milagres por aqui! -disse o pastor, rindo alto da própria piada.

Um dos espiões do noivo estava próximo a ouvir aqueles caridosos amigos da noiva.

E, chegado o tão esperado dia do casamento, toda a vila afluiu para a Igreja. Naquele lindo domingo pela manhã não coube o povo que desejava prestigiar o noivo que era um nobre vindo de uma terra distante.

Após a cerimônia, trombetas surpreenderam a todos, pois um arauto declarou que faria a leitura dos nomes dos convidados para a grande festa de núpcias. Nesse momento, foi grande a decepção, pois a lista era muito seleta e os resmungos pareciam várias carroças rangindo.

Após mais um longo toque das trombetas o arauto gritou: “Venham os convidados, considerados amigos da noiva e do noivo!”

Para um bom entendedor, é suficiente a explicação de que os críticos da Igreja de nosso Senhor, os que a julgam sem socorrê-la, os que a difamam sem por ela orar, não estarão jamais na lista das Bodas do Cordeiro.

Eu sou a noiva e, ao mesmo tempo, amigo da noiva. Cuido para não perder esse senso, pois Ele saberá, certamente, quem são os amigos verdadeiros.

A CONCORRÊNCIA

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Paulo Zifum

A concorrência tem a difícil tarefa: oferecer um produto melhor. Infelizmente, por causa do pecado, quando não se consegue dar algo melhor, a mentira se une ao oportunismo, e a concorrência vira o diabo.

As pessoas são disputadas e, frequentemente, enganadas. A concorrência desesperada, não apenas difama o bom, mas faz propaganda atraente do que é ruim. O uso de sedução com ofertas incríveis e técnicas psicológicas levam milhares a cair na tentação do “bom e barato”.

Provérbios, livro milenar escrito pelo Rei Salomão, tem uma série (capítulos 7 à 9) que mostra essa arena de disputa. O texto é como uma avenida onde, de um lado temos “a sabedoria mais preciosa do que rubis” (Pv.8.11) e do outro “pura exibição, sedução e ignorância” (Pv.9.13). Os vendedores saem para puxar clientes.

O capítulo 7 mostra que havia uma casa de esquina, dessas cuja entrada fica num beco ladeira abaixo. Essa casa não ficava num lugar ruim, mas no “ponto mais alto da cidade” (Pv.9.14), bem localizada. Não era um lugar suspeito, o que fazia da casa um lugar de alta concorrência. E o que estava sendo oferecido nessa casa? Aventura, amizade, afeto, realização imediata e prazer. Os clientes poderiam desconfiar, mas, talvez, o investigar estraga o momento e quebra a magia. E quem não tem fantasias?

O capítulo 8 mostra um vendedor gritando na rua. Parece um inconveniente, insistindo com quem passa, talvez, até puxando pela mão. Seu modo suplicante revela que a multidão não está muito interessada no produto. Embora toda sua nobre descrição, a clientela é pouca. O preço não era alto, mas, a propaganda não despertava a cobiça e a linguagem não excitava ninguém.

O capítulo 9 parece nos indicar que a casa do capítulo 8 não estava situada no ponto mais alto ou no centro (Pv.9.3). O que revela a necessidade de apelos mais contundentes. O convite, agora, era uma última chamada. A mesa estava posta e a apresentação seria feita, por isso rompe o apelo em um tom forte: “se você for sábio, o benefício será seu; se for zombador, sofrerá as conseqüências” (Pv.9.12). Mas, embora ameaçador, o vendedor parece distinguir da multidão aqueles que não estavam entendendo a oferta e aqueles zombavam dela. O vendedor estaria no dia seguinte clamando novamente para a multidão, mas alguns não estariam mais vivos para uma segunda chance.

Clique nos links abaixo, ande pela avenida e tente imaginar as amizades, as propagandas, as ideologias dessa forma. Há uma batalha cultural e espiritual em torno de todos nós. Somos disputados e podemos cair nas garras da concorrência. Que você tenha sorte de não cair do lado errado!

http://biblia.com.br/joaoferreiraalmeidarevistaatualizada/proverbios/pv-capitulo-7/

http://biblia.com.br/joaoferreiraalmeidarevistaatualizada/proverbios/pv-capitulo-8/

http://biblia.com.br/joaoferreiraalmeidarevistaatualizada/proverbios/pv-capitulo-9/