CORRA, JOSÉ!

Paulo Zifum

Deus fala com José. É um fato. Sobre quantos homens se pode fazer essa afirmação? José, esposo de Maria, tinha um ouvido sensível para o divino. Na primeira vez, em sonho, Deus lhe disse: José! Não corra do casamento com Maria! Se ele não estivesse “on-line”, teria seguido o raciocínio comum. Os que não ouvem, seguem os instintos de um reino muito pequeno (presos a regras de retribuição ou a um ego hipersensível)

Deus fala pela segunda vez. O primeiro sonho dizia para José constituir uma família, agora, para correr com sua família. E, mais uma vez, José é desafiado a seguir fora do senso comum, pois estava numa cidade grande com recurso recebido dos Magos. As coisas pareciam ir bem em Belém, mas na verdade, a família corria perigo. Deus disse: Corra, José! Tire sua família daqui. Herodes havia ordenado matar todos os meninos de Belém. Deus manda José juntar tudo e sair. Ele? Deu no pé para o Egito, para salvar sua prole.

Infelizmente muitos maridos e pais de hoje não escutam o alerta. São como Ló: demoram muito para sair de Sodoma. Deus deve dizer: Qual a parte do “sai já daí” você não entendeu? Os que não ouvem, seguem os instintos de um reino muito pequeno (presos apenas ao modo material de cuidar da família).

Não podemos ficar passivos com nossas famílias na cidade liberal que “bate sinos pequeninos” da igualdade de gênero. Não podemos fechar os olhos para políticas educacionais que matam os meninos. Sob cartilhas herodianas surgem homens sem caráter e sem masculinidade definida. O lamento das mães de hoje parece com o choro daquela Belém.

Acredito que, não apenas José correu de Belém naquele dia. Outros pais de família com filhos pequenos devem ter recebido um sinal e conseguiram escapar.

Felizes as mães cujos os maridos estão “on-line” com Deus. Felizes os filhos cujos pais vão à reuniões de oração e leem a Bíblia e conseguem, à tempo, colocar sua família em segurança no temor do Senhor.

Eu ouço o aviso: Corre, José!

No temor do Senhortem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos.” Pv. 14:26.

 

VOU INDO

Paulo Zifum

Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.” Miquéias 6:8

Andar com Deus, viver com Ele, é uma experiência maravilhosa que pode ser também perigosa. Ele nos liberta, nos faz bem e nos cerca de bençãos, porém, nem sempre do modo que esperamos. Nem sempre é fácil andar com Deus, porque Ele nos faz repousar em pastos verdejantes, mas também nos desce a desertos e vales. Ele convidou Abraão: “vem comigo! vou te mostrar um lugar legal! Abraão foi, e sabemos como foi extenuante e desafiadora a jornada.

Perguntaram pra mim como eu ando com Deus. Respondi: Eu vou indo!

Vou indo no colo: Sabe aquela poesia “pegadas na areia”? É bem assim. Existe um tempo, seja na infância de nossa fé ou num momento de nossa total fraqueza que andamos com Deus, mas nos braços dele, carregados. Ele não nos deixa tomar grandes decisões, não nos faz passar por provas, e nessa época, mal oramos. Quando estamos incapazes, doentes, machucados, com pés inchados, querendo desistir, Ele, como um pai amoroso, nos carrega.

Vou indo forçado: Somos como crianças ou adolescentes: fazemos as coisas na marra. Obedecemos, andamos com Deus, não porque estamos bonzinhos e compreensivos que “sua vontade é  boa, perfeita e agradável”, mas porque seu chinelo é grande e ardido. É possível estar em casa, mas com o coração distante. Essa condição é bem difícil de admitir, porém é muito nossa. Muito. Somos como o povo de Israel no deserto.

Vou indo longe: Santo Agostinho disse: “Senhor, estavas comigo, mas, eu, não estava contigo”. Deus acompanha seus filhos espalhados pelo mundo, e, no momento certo, os puxará para andar bem junto. Alguns ainda não se converteram, outros se desviaram (porque Deus deixa ir, porém não os abandona). Andam longe, mas nunca de Deus.

Vou indo humilde: Esse é o modo mais bonito. É o andar de Enoque. É o andar de Noé. é o andar de Maria. Quando observamos uma família sempre fixamos o comportamento dos filhos em relação aos pais. Se são voluntariosos ou submissos. É muito agradável quando um pai contraria um filho e esse responde: “sim papai”. Quando a mãe diz: “Vamos visitar fulano e ajudar” e os filhos respondem: “sim mamãe”. A humildade é um auto-controle que facilita as coisas.

Imagino que você anda com Deus. Você sabe como “vai indo” essa caminhada. Se está difícil, saiba que para Abraão nem sempre foi fácil. Jonas fez o que  somos tentados  a fazer: “Senhor, se é por aí que queres ir, então, desculpe, vais sozinho ou com outro”. Deus conhece nosso coração e sabe como tratar nossa teimosia. Ele também sabe pegar no colo. Sim! A Bíblia está repleta de promessas carinhosas de colo, onde Deus diz que vai cuidar da gente e manda não se preocupar que Ele nos levará nas suas asas ou dará ordens a seus anjos para nos levarem em segurança. Ele nos disciplina e nos faz voltar. Ele nos anima e nos faz continuar.

Quanto a mim, vou indo e estou confiado que “o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu forças, para que por mim a mensagem fosse plenamente proclamada, e todos os gentios a ouvissem. E eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará de toda obra maligna e me levará a salvo para o seu Reino celestial. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém.” 2 Timóteo 4:17,18

 

 

PADECEU SOB PÔNCIO

Paulo Zifum

O Brasil padece há mais de 20 anos com a corrupção sistêmica. E isso sob o “cuidado” de delegados, promotores, desembargadores, procuradores e juízes. Padecemos sob a clava de homens como Pôncio Pilatos que, embora investidos de poder, decidem seguir pelo caminho mais confortável, a saber: julgamento sem efeito colateral político. Tentam fazer justiça, mas com cuidado, para não ficarem expostos. Reconhecem que o jogo político é sujo, mas, por temerem retaliações, não querem pagar o preço de acabar com o jogo. Pilatos, ao julgar a Jesus, mostrou que não era um juiz livre.

Um país onde os magistrados não são homens livres, padecerá injustiças. O Brasil padece há anos com defensores tipo Pilatos. Homens que insistem em fazer justiça, mas  diante da má vontade política, resolvem repetir o gesto do famoso governador romano: “lavar as mãos”. E a má vontade é sempre expressa quando dizem: “se fizer justiça, você não é amigo de César”.

Não chegamos no ponto de corrupção por causa dos políticos eleitos pelo povo. O Brasil padece por causa da República de Pilatos representada por nosso magistrado até aqui. Joaquim Barbosa (ex-presidente do Supremo Tribunal Federal) não queria “lavar as mãos” porque sabia que esse comportamento do judiciário é um sofisma. Quando um juiz resolve fazer o jogo, suja as mãos.

Sérgio Moro (que Deus o guarde), parece representar a aurora de uma geração de juízes que tem disposição de enfrentar o Sumo Sacerdote e seu bando. São magistrados com fisionomia de leão e que afirmam que vão “sujar as mãos” para tirar nosso Brasil do poder dos sequestradores.

Deus nos ajude!

*o uso de Pilatos para ilustrar o caso Brasil deve ser mantido hermético no comportamento desse magistrado romano. O Brasil justo (brasileiros honestos que amam suas famílias e pagam seus impostos) padecem dentro de um tratamento divino para a nação. Isso não pode ser comparado com Jesus. O Senhor nunca foi vítima de Pilatos e o julgamento sob o qual veio a padecer estava profetizado como necessário para a história da redenção.

Leia as palavras Jesus na íntegra para compreender melhor no link abaixo 

https://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/27

 

A BAGUNÇA DA MORTE

Paulo Zifum

depois do velório, todo mundo foi embora e, tudo ficou fora do lugar” Tinoco, personagem de Vigo Assombração.

A morte bagunça a vida de quem ama. Atinge parentes e amigos . Derruba funcionários e uma complexa rede de desconhecidos. Por vezes adoece e mata quem  não suporta o luto. Tem gente que morre da bagunça que a morte faz, porque se desligar um ente o sistema todo cai.

Uma dor no peito é uma bagunça quando o menino sente raiva do pai porque esse morreu e o deixou. Milhares de pessoas não sabem por onde começam. Muitos não sabem mais o que sentem sobre Deus porque dizem que a morte é a tinta da caneta divina. Cristãos temem ressentir-se do Amor.

É uma bagunça ficar chorando pelos cantos até os cantos acabarem. E depois ficar com dó de si. E depois tentar ser feliz com risco de não dar certo. E a morte cria um silêncio que causa muita desordem. Que falta falta me faz a voz de meu pai!

O mais difícil é quando a morte faz uma cena dramática deixando um rastro de memória ruim de acidentes, de maldades ou de tentativas de salvação. É um horror de lembrança. E fica um soluço na alma que repete “e se eu tivesse”.

Ó meu Deus!
Que vida precária!
A morte não nos dá trégua!
Sombria, desarruma tudo,
separando quem ama de seus amores. 

Desorientado, o viúvo tenta trêmulo fazer um café e chora pedindo sua esposa de volta. A mãe arruma o quarto arrumado do filho, e cai ao pé da cama. Filhos jovens não sabem como tirar do peito a angústia de não poderem mais ver a mãe. E saber sobre Deus, eternidade e salvação não muda o fato de que tudo, após a morte, ficou uma grande bagunça. A vida parece que nunca mais terá sentido.

ADÃO, O POLÍTICO

Paulo Zifum

O primeiro político da Bíblia foi Adão, escolhido por Deus para administrar a riqueza do Éden para o bem estar de Eva e seus descendentes. Uma das primeiras atribuições de Adão em seu mandato era manter a lei e a ordem: “do fruto da árvore que está no meio do jardim não comerás”. Bem, a história diz que um lobbista apareceu e convenceu metade do parlamento para criar uma nova lei, um novo partido. Eva foi convencida, votou a favor do projeto. Adão, pressionado, seduzido, encantado com a proposta, aceitou e assinou. Romperam com a base divina na tentativa de um governo  independente. Mas, logo descobriram que era tudo mentira do lobbista, que queria apenas desgraçar o mercado para poder lucrar com o caos (é como provocar a guerra para vender armas).

E foi assim que nossa jornada política começou. Logo depois que Adão e Eva embarcaram na nova legenda, o PSD (Partido Seremos Deuses), se desentenderam e Adão acusou Eva de traição. Adão negou qualquer culpa, mas foi indiciado por crime de responsabilidade e expulso de seu alto cargo de mandatário do Éden.

Daí pra frente? Olha, a História conta que, nós, descendentes de Adão, fazemos política numa tradição que passa de pai pra filho. Recebemos uma lei que vem de fora (lex rex), mas não concordamos. Então, criamos uma nova regra segundo nossa vontade com o fim de justificar que, se comemos o fruto, é porque não é mais proibido (rex lex). Essa é a política humana: a preocupação com o poder é imensamente maior que a preocupação de cuidar do Éden. Resultado? Tornamo-nos base aliada do diabo, que nunca faz nada sozinho (o Holocausto foi uma parceria, uma coligação de partidos).

Depois de alterar as regras, os políticos começam a se desentender exatamente naquilo que concordavam. Abrem um novo partido (como fez Caim), e gastam mais tempo tentando derrubar os outros (como fez Saul) em vez de cuidar do Jardim do Senhor. Daí surge a guerra, que  é uma das manifestações mais dramáticas da política humana, onde se grita: O meu deus é mais forte que o seu! Seremos deuses! Nós reinaremos! Nós somos a solução!

A vida política é o caos cujos anais  históricos não deixam o argumento acima cair. Os homens fazem campanha contra Deus, conscientes ou não, e se alimentam da ideia subjacente de usurpar o trono divino. Nesse fascínio, esquecem do planeta e deixam de cultivar e guardar os rios e a Camada de Ozônio. Uma verdadeira loucura!

Se Adão da Eva aparecesse hoje como um candidato, seria eleito. Se Caim, seria eleito. E a multidão vota perfeito: Barrabás para prefeito! A maioria dos homens não querem a lei, querem ser a lei – razão pela qual votam de modo tão tendencioso.

E agora, depois do impeachment de Adão no Éden, vivemos a maldição de um pleito sem fim. Estamos sempre às vésperas de eleições para escolher se serviremos a Deus ou aos deuses da política adâmica. E parece sina: sempre escolhemos Adão.

Embora realista, essa é uma perspectiva negativa. Mas, é necessário, e responsável, terminar com a esperança: Um novo Adão nasceu conforme a profecia: “Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus. E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor e pela chuva a erva brota da terra.”2 Samuel 23:3,4. “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre.” Isaías 9:6,

É nesse político que devemos esperar!

MARIA

lia e eu

Paulo Zifum

Parece que a maioria das Marias são baixinhas que ora são bravas e ora são mansas. A história das Marias carrega um acervo infindo de grandes mulheres no estigma da mãe de Jesus. Poderia escrever páginas de pequenas Marias, mas, destaco a que brilhou no céu da minha infância: Maria de Lourdes. Ela estava lá quando meu dente doía, e enxugando-me as lágrimas, cantava e contava histórias para distrair o lobo parietal, porque tem hora na vida que o melhor remédio é enganar a alma.

Maria, esposa de Antônio, mãe de Renan e Amanda, e amiga sincera de todos os que lhe queiram como irmã e mãe. E com todos, ela tem o mesmo trato que tinha com meu dente doente, criando uma espécie de parábola:

Era uma vez um menino que tinha um dente cariado, e o pobrezinho chorava pela dor que latejava. A mãe, com muitos filhos, atarefada, era pelas filhas mais velhas auxiliada. Maria  colocava o menino no colo para cuidar da dor. Com um algodão aplicava um ungüento ardente sem explicação. A dor do remédio causava conflito com a dor de dente. Depois, Maria usava o poder de sua presença para acalmar, com carinho fazia o paciente dormir pensando em coisas boas. O dente continuava ruim, mas o menino já não chorava mais.

Para os cristãos, essa parábola é bem bonita na Igreja. Nossos irmãos mais velhos estão sempre cuidando das dores do pecado que faz latejar os nervos da alma. Uns aceitam e acalmam, outros não se deixam deitar no colo quando ouvem a primeira exortação ardida. O remédio é, por vezes, tão doloroso quanto as inflamações causadas pelo próprio pecado.

Eu já fui tratado por muitos irmãos mais velhos. Exortado e induzido a pensar nas virtudes e histórias da Bíblia. Fui acalmado para, no dia seguinte, tratar a “cárie” da alma que surgiu da minha falta de higiene espiritual.

Maria não curava meu dente. O que era ruim permanecia ruim. Mas, como é bom receber tratamento em meio à dor! Sou grato a todos que me fizeram arder no colo da amizade cristã sincera. Agradeço por aquele que, por meio da oração a meu favor suplicaram a Deus com “cantos de livramento”. Recebi perdão no colo enquanto, em silêncio, fazia minhas confissões.